29/08/07

C25: "Second Life"

Desde o aparecimento dos primeiros computadores pessoais que os jogos tiveram uma grande importância, pela apetência de entretenimento criada junto dos utilizadores e por serem um dos principais factores de evolução do hardware dos computadores.

Ontem como hoje, os jogos continuam a ter a mesma importância. No entanto, com o surgimento da internet, e com a melhoria da velocidade e o aumento de utilizadores em todo o planeta, começaram a surgir outras alternativas aos tradicionais jogos de pc, com a disponibilização de alguns jogos on-line, com características inovadoras e tirando partido do melhor que a internet tem para dar: baixos custos de utilização, o conceito de rede global e facilidade de actualização de conteúdos.

O mundo dos jogos dava para ter uma crónica semanal própria, tal é a dinâmica e a quantidade de novidades que surgem todos os dias.

Na crónica de hoje, no entanto, vamos falar apenas num dos jogos que tem sido mais badalado nos últimos tempos, jogo esse que dá pelo nome “Second Life”, e que está disponível através da internet (é necessário instalar um software adicional no computador para poder utilizá-lo).

E o que é o Second Life?

Pegando na definição que vem no site wikipédia “O Second Life é um ambiente virtual e tridimensional que simula em alguns aspectos a vida real e social do ser humano. Dependendo do tipo de uso pode ser encarado como um jogo, um mero simulador, um comércio virtual ou uma rede social. O nome "Second Life" significa em inglês "segunda vida" que pode ser interpretado como uma "vida paralela", uma segunda vida além da vida "principal", "real".

Este jogo, lançado em 2003, tem-se tornado mais conhecido por permitir criar ambientes gráficos complexos e, pelo facto, de muitas instituições públicas e privadas já terem percebido as potencialidades deste tipo de jogos. O “Second Life” tem cerca de 8 milhões de utilizadores a nível mundial e cerca de 40000 em Portugal. Na lista de países com mais utilizadores Portugal está em 12º lugar.

Para começar a jogar ao nível mais básico é muito simples: basta registar-se, escolher um nome, um avatar (uma espécie de boneco a 3D com aspecto humano) e nada mais. Este nível é gratuito.

A titulo de exemplo, e só para citar instituições portuguesas, o Ministério da Justiça criou recentemente um centro virtual de resolução de conflitos para os utilizadores do jogo, sendo o primeiro ministério de justiça do Europa a fazê-lo. O banco BES também criou uma agência bancária virtual, para reforçar a sua imagem junto dos utilizadores mais jovens, utilizando um avatar com a figura de Cristiano Ronaldo. Essa agência localiza-se num ambiente virtual de Cascais e da sua marina e foi o ambiente escolhido por se considerar um dos mais belos da costa portuguesa. Mais do que vender os produtos do banco, o objectivo é vender a cultura e imagem da instituição.

Outra instituição que criou o seu espaço no “Second Life” foi a Universidade de Aveiro. Neste espaço, para alem de promoção e divulgação da instituição, pretende-se abordar e promover a discussão entre os utilizadores dos temas das novas tecnologias, bem como outras áreas de conhecimento existentes na instituição.

Estes são apenas, alguns exemplos portugueses do que se pode encontrar no “Second Life”.

Outra das particularidades deste jogo é que tem uma moeda própria - Linden Dollar - e que pode ser usada para comprar entradas em espectáculos, comprar imóveis, roupa, tudo o for criado neste mundo virtual. O dinheiro virtual compra-se com dinheiro real e podemos conseguir obter mais dinheiro produzindo objectos dentro do jogo, construir imóveis, animações ou trabalhar para outros avatars. Já existem empresas a ganhar dinheiro através da produção de animações e conteúdos em 3D para utilizadores do site.

Este jogo atingiu uma dimensão tal, que nem os próprios criadores conseguem ter uma noção exacta do que os utilizadores estão a fazer, uma vez que cada jogador é livre de desenvolver as animações que quiser e ter as relações que entender com outros utilizadores.

Nada como experimentar entrar neste mundo virtual para se aperceber de toda a dimensão deste jogo. O único risco que corre é de ficar viciado.

22/08/07

C24: Compare os preços na internet

Uma das principais vantagens da Internet é possibilitar que pesquisemos por diferentes produtos e serviços sem sair de casa.

Não há muitos anos, para comprar um electrodoméstico, por exemplo, teríamos de ir à única loja da nossa terra ou então ir até à cidade mais próxima e navegar de loja em loja à procura do melhor preço ou do comerciante mais simpático e que, por isso, aparentemente, oferecia as melhores garantias e serviço. Na verdade, o conhecimento existente e a possibilidade de escolha dos produtos era limitada.

Há medida que a Internet foi tomando conta da nossa vida e da vida das empresas, a informação disponível aumentou, bem como os produtos oferecidos e serviços associados. Essa realidade permite que hoje pesquisemos tudo o que existe no mercado: os melhores produtos, os melhores preços, os melhores serviços, seja em Portugal ou no estrangeiro. Basta aceder a qualquer motor de pesquisa e escrever o nome dos produtos que desejamos, apesar de que para fazer uma boa compra, por vezes, também leva o seu tempo. É necessário comparar preços, características e tentar saber até que ponto a loja que apresenta o produto é de confiança ou não.

As lojas físicas que visitávamos no passado são substituídas aos poucos por lojas virtuais. Visitar uma loja virtual que fica em Arruda dos Vinhos leva o mesmo tempo que visitar uma loja similar no ponto mais a norte da Europa ou nos antípodas, algures na Austrália. As distâncias desapareceram, o euro tornou-se uma realidade e veio simplificar as contas e muitas alfândegas foram abolidas. Hoje, os métodos de pagamento também são comuns, os custos de transporte, naturalmente, variam de acordo com as distâncias, mas rapidamente qualquer produto chega a Portugal. Os principais obstáculos são a desconfiança e desconhecimento sobre a empresa que vende os produtos e nem sempre a língua é nossa conhecida, embora o inglês seja a língua franca da Internet e do mundo dos negócios.

Com o surgimento de tantas lojas virtuais, um novo serviço surgiu na Internet: Portais que funcionam como uma espécie de central de produtos e que comparam os preços desses mesmos produtos. O objectivo é facilitar a vida a quem pretende comprar, uma vez que no mesmo portal podemos aceder à informação do mesmo produto para um vasto número de lojas. Para os comerciantes, esta serviço também é uma grande ajuda, já que a sua empresa e os produtos e serviços são apresentados a um conjunto muito mais vasto de potenciais clientes, a um preço de exposição bem inferior do que outros meios de marketing, por exemplo.

Em Portugal, este tipo de sites também já existem há algum tempo e mais conhecidos são:
www.vpreco.com/
www.precos.iol.pt/
www.izideal.pt
www.kuantokusta.pt
www.precos.com.pt/

Como foi referido anteriormente, estes sites são uma vantagem para os clientes, mas também sugiro uma visita aos comerciantes e que analisem até que ponto pode ou não ser uma mais valia ter a sua empresa ou loja presente nestes sites. Mesmo que os produtos não consigam ser os mais competitivos é uma forma de promoverem o que vendem. O preço nem sempre é tudo e os serviços complementares oferecidos até agradar aos clientes mais exigentes.

08/08/07

C23: Segurança dos Sistemas Informáticos

Recentemente estreou um novo filme da saga “Die Hard”, com Bruce Willis no principal papel, para não variar. Quem gosta de filmes policiais carregados de efeitos especiais encontra neste filme os ingredientes necessários para dar por bem entregue o seu dinheiro e tempo.

Neste nova versão de “Die Hard”, o tema da segurança dos sistemas informáticos tem um destaque especial, uma vez que o enredo do filme gira à volta dessa temática.

Como todos os filmes do género, há uma certa dose de exagero em algumas cenas e no enredo, mas não deixa de ter algum relevo a ideia subjacente à vulnerabilidade dos sistemas informáticos e que a sua segurança ou falta dela também está dependente do que os nós humanos fazemos. Todos os que usam diariamente os meios informáticos, sejam empresas ou cada um de nós individualmente raramente se preocupam com a segurança dos seus equipamentos e acessos a dados pessoais, situação que constitui um comportamento de risco e que importa mudar, de forma a evitar problemas complicados de resolver.

Em anteriores rubricas já falámos sobre a segurança dos sistemas informáticos, em diferentes perspectivas, mas nunca é demais reforçar alguns aspectos que todos devemos ter sempre em atenção.

Uma das questões importantes de segurança tem a ver com as palavras-passe que usamos para aceder ao nosso e-mail, ao nosso computador em casa ou no trabalho, e a outros sites ou programas que exigem sempre um registo de utilizador e palavra-passe. Por uma questão de facilidade de memorização é costume usar palavras-passe com o nome do gato, do cão, do filho, do marido, da esposa ou do canário. Esta regra de escolha de palavras-passe é arriscada uma vez que alguém próximo de nós e com intenções menos correctas pode descobrir ou deduzir facilmente os dados de acesso ao nosso e-mail após várias tentativas ou descobrir os dados de acesso a algum programa que peça os nossos dados pessoais.

Ainda recentemente um músico norte-americado conhecido contou o martirio que passou, juntamente com a sua familia, porque uma fã da sua banda descobriu facilmente os dados de acesso ao seu e-mail e durante largas semanas conseguiu ler centenas de emails do músico, descobriu os dados do cartão de crédito, números de telefone privados da banda e da sua familia, para além de conseguir saber tudo sobre a familia, onde jantava, onde ia passear, isto sem que o músico tivesse conhecimento.
A história completa desta situação também dá para fazer um bom filme, com um enredo bem verdadeiro e na verdade tudo o que aconteceu pode acontecer a muitos de nós se não tomarmos os devidos cuidados.

Por isso, sugiro que altere as suas palavras-passe com frequência, nunca crie palavras-passe que possam ser fáceis de descobrir ou deduzir para quem o conheça bem, utilize sempre números e letras nas palavras-passe e nunca tenha palavras-passe com menos de 7 ou 8 caracteres. Por outro lado, nunca guarde as palavras-passe noutro sítio que não seja na sua cabeça.

Se usar este conjunto de regras, seja para aceder a sites da internet ou para aceder ao seu computador do trabalho ou de casa, certamente estará mais longe de ter alguns dos problemas referidos anteriormente.

A espionagem pessoal e empresarial é cada vez mais um assunto do dia-a-dia, uma vez que cada vez mais pessoas utilizam computadores, cada vez há mais pessoas conhecedoras das vulnerabilidades dos sistemas informáticos das empresas e dos computadores pessoais, já não para não falar de espionagem da vida pessoal.
É claro que muitos de nós fazemos uma utilização quase inócua dos computadores e o nosso e-mail é usado apenas para trocar correspondência com amigos. Tudo muda de figura quando alguém acede ao nosso e-mail e envia para todos os nossos amigos um mail ofensivo, por exemplo. Para desfazer o problema o que não faltarão são dores de cabeça.

Nas empresas, o problema ganha outra dimensão. Podem existir ou não vários servidores, um maior número de pessoas acede aos sistemas, tornando mais difícil controlar o que se passa. Dessa forma, devem ser alteradas as palavra-passe com frequência e apenas disponíveis para um número muito limitado de pessoas. Deve existir uma politica clara de alteração de palavras-passe e os utilizadores da rede devem ser responsabilizados pelo que fazem e informados sobre a importância de terem cuidado na utilização da palavra-passe.