19/03/08

C37: Genoma humano

Um dos grandes desafios científicos no final do século passado foi a descodificação do genoma humano. Em Biologia, aprendemos que o património genético que herdamos dos nossos pais é guardado no ADN (ou DNA, em Inglês) e que será esse mesmo ADN que iremos transmitir aos nossos filhos.

O estudo deste tema começou no século XIX com o monge Gregor Mendel, que conseguiu definir as leis básicas da hereditariedade a partir de um estudo sobre sucessivas gerações de ervilhas verdes e amarelas. Nesse estudo, concluiu que existiam elementos autónomos que controlavam as características hereditárias.

No final do ano de 2007, duas empresas norte-americanas lançaram um serviço que permite ao comum dos mortais saber mais sobre o seu património genético, usando apenas uma amostra de saliva e pagando cerca de 1000 dólares.

E o que podemos ficar a saber com esses resultados? Podemos ficar a saber quais as doenças para as quais estamos mais propensos, podemos comparar o nosso património com outras pessoas e saber até que ponto são nossos parentes mais próximos ou afastados, saber as nossas origens (se temos apenas antepassados portugueses ou também se existiu alguém na família de outro zona do mundo, por exemplo) e inclusivamente podemos saber até que ponto temos ou não mais jeito para a música, desporto ou para o mundo dos negócios.

O que estas empresas nos fornecem é um relatório com a identificação e o conteúdo dos nossos genes. Actualmente, é ainda economicamente inviável fazer uma análise mais profunda. De qualquer forma, as empresas disponibilizam informação no seu site e, dessa forma, podemos ficar a conhecer mais sobre os nossos genes. A investigação e pesquisa fica nas nossas mãos.

Esta análise ainda não permite saber como se relacionam os genes nem até que ponto os problemas que referimos anteriormente são minimizados graças à força e relação com os outros genes. Esse será o passo seguinte e que ainda levará alguns anos, tal é a complexidade do que estamos a falar.

No futuro, será possível às empresas farmacêuticas desenvolverem medicamentos específicos para cada um de nós, sem efeitos secundários, e por isso, mais eficazes. Por outro lado, poderemos orientar a nossa vida de uma outra forma, uma vez que sabemos que temos mais jeito para determinadas áreas de conhecimento.

Como escreveu uma revista médica inglesa, a quantidade de oportunidades e informação nova existente é tanta que é impossível absorvê-la fácil e rapidamente. É como experimentar beber água a partir de uma boca-de-incêndio.

Para mais informações:
http://www.23andme.com
http://www.navigenics.com

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